quarta-feira, 30 de novembro de 2011

sou poeta

sou poeta, sim
mas vivo de miséria
de migalhos
não tenho dinheiro para comer
quem me dera agasalhos

sou poeta, sim
pobre no bolso
e rico na alma
é uma pena que neste mundo
essa riqueza de pouco valha

sou poeta, sim
antes que digam o contrário
e você aí
tem um trocado
para dar a este velho coitado?

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

clímax

foges do coito
– o rosto fulvo de horror –
à espera do látego

a inocência
– trancafiada por aldravas –
mascara-se no retangular de relva

ressona o sonho lúgubre
sob a pedra tumular
jazia o sacrílego